Estamos vivendo um momento de falta de esmero e preocupações com a nossa linguagem, com a nossa pronúncia e dicção.
O que é visível ao se observar, em nível de comunicação nas telenovelas de qualquer emissora de TV, como também nos telejornalismos, em nosso convívio no cotidiano, nos bates-papos informais em bares, restaurantes e lanchonetes, entre outros meios sociais, as pronúncias e dicções, deixam muito a desejar, são feitas sem maior preocupação em causar impacto positivo.
Meu sentimento a respeito disso tudo, é que me parece que falar bem, pronunciar uma frase com perfeita dicção, pensar antes de falar, deixou de ser o normal, o necessário e, passou a ser encarado como uma postura pedante, sem espaço em tempos modernos, o que é muito triste de se constatar!
Os telejornais, por exemplo, o que mais se escuta são frases do tipo:
• Fulano, eu tô te ouvindo!
• Fulano, onde é que você tá?
• O que vamo dizer agora, é...
• Brigado fulano, pela colaboração...
Nas telenovelas, não há muita diferença, as expressões idiomáticas possuem uma pobreza de se espantar, sem querer generalizar, mas com raríssimas exceções.
E, o que não dizer dos locutores, dos apresentadores de televisão, dos políticos e dos radialistas?
Estes três veículos de comunicação, principalmente, precisariam se preocupar mais com a dicção, com a pronúncia e, lógico, com o vocabulário. O vocabulário, não necessariamente deveria ser difícil, incompreensível, senão, provavelmente, não se atingiria a massa popular. De qualquer forma, o mínimo de preocupação se deveria ter.
Os arrepios passam a ficar maiores, ao ouvirmos os jovens adolescentes, pois além da pobreza do vocabulário, da imperfeição na dicção, podemos perceber a junção de uma palavra com a outra.
As consoantes: M, S, R, PR, BL, BR, entre outros, praticamente não são pronunciados. Criaram um novo vocabulário!
Relaciono a seguir alguns exemplos do “NOVO” “VOCABULÁRIO”:
• Fomo, ao invés de fomos;
• Tamem, ao invés de também;
• Vamo, ao invés de vamos;
• Tô, ao invés de estou;
• Pra mim, ao invés de para mim;
• Pra mim fazer, ao invés de para eu fazer
• Pra fora, ao invés de para fora;
• Probrema, ao invés de problema;
• Mermo, ao invés de mesmo;
• Brigado, ao invés de obrigado;
• Gostu, ao invés de gosto;
E por aí vai! É uma pena constatar isso, ao se olhar para um país que deseja a todo custo mostrar todo o seu valor, o seu crescimento em diversos setores da economia, no futebol, na diversificação de nossa cultura, na culinária brasileira, na beleza das mulheres de cada estado do Brasil, na música, no teatro, na televisão, em todas as nossas riquezas naturais e, entre outros setores.
É preciso que tenhamos a preocupação em falar bem, em pronunciar corretamente as palavras e termos os pensamentos claros, diretos e objetivos. Este é que deve ser o nosso desafio. A falta de preocupação com a linguagem e com a pronúncia é muito triste, além de envergonhar o nosso país.
Nosso povo, precisa se envaidecer, também, de nossa riqueza e diversificação cultural, aproveitando esta dádiva da natureza mãe e se esmerar, mais ainda, na divulgação e enriquecimento diário, constante e correto em suas conversas, em seus pronunciamentos, nos bate-papos, mesmo informais, independente de onde viesse a ocorrer o uso da palavra e da informação.
Falar bem não significa formalidade e nem pedantismo. Falar bem, pronunciar corretamente as palavras é uma obrigação de todos nós.
Como educadora que sou, fico apreensiva com o aprendizado das crianças e dos jovens adolescentes. Estes, ao ouvir o errado, repetem pensando que está certo e assim vai se alastrando a pobreza de vocabulários e de pronúncias.
Uma língua representa um país, um povo representa uma nação, um indivíduo representa a sua cultura regional. Acredito, seriamente, que este é o primeiro amor de uma vida, a sua origem e, a partir daí, o indivíduo passa a amar a si mesmo, amar seus pensamentos expressados através da riqueza de suas palavras e dos seus sentimentos a respeito de tudo ao seu redor.
Há que se dar maior valor por nós mesmo, pelo que somos pelo que temos e, expressar tudo isso com riqueza de palavras, de vocabulário e de dicção correta, já que nos admiramos por tantas outras coisas em nosso País!
Falar bem e corretamente, repito, é um dever de todos NÓS!
Vamos nos esforçar! Falar corretamente dá um pouco de trabalho, mas os ouvidos de quem ama uma boa pronúncia, aprecia e se orgulha de seu idioma, com certeza vai agradecer e parabenizar o orador!
Carmem Zitta
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